Instituída há mais de meio século no Brasil, a residência médica é a primeira etapa na formação de especialistas nas diversas áreas da medicina a nível de pós-graduação.
A oferta de médicos especialistas é fundamental para um atendimento de saúde de qualidade para a população, e o edital da residência médica é um requisito indispensável para os estudantes que estão terminando a graduação e desejam dar um passo além em suas carreiras.
Como veremos neste artigo, a escolha da melhor instituição para realizar a residência deve levar em conta fatores como qualidade do ensino, tradição na formação de bons profissionais e também concorrência, para a definição da melhor estratégia de estudos.
Demanda por médicos especialistas é crescente
Apesar de cumprir a recomendação da Organização Mundial de Saúde, ao oferecer mais de dois médicos para cada mil habitantes, o Brasil ainda apresenta uma distribuição bastante desigual dos profissionais entre as diversas regiões.
Em geral, as cidades que apresentam melhores condições de infraestrutura e trabalho, com boas perspectivas de formação continuada e avanço na carreira, costumam atrair a maior parte dos especialistas.
Para evitar a escassez de profissionais especializados e estimular a formação em especialidades prioritárias para o Sistema Único de Saúde, o Ministério da Saúde distribui bolsas de residência médica entre as instituições de ensino conveniadas, a fim de suprir as regiões de acordo com suas necessidades de atendimento.
De acordo com o órgão, entre as especialidades que devem receber mais recursos nos próximos anos estão: clínica médica, cirurgia geral, pediatria, ginecologia, psiquiatria, geriatria, medicina intensiva, neurologia, ortopedia, traumatologia, entre outras.
Como funciona a residência médica?
Os cursos de pós-graduação em residência médica são a maneira mais eficiente de formar profissionais altamente qualificados nas diversas áreas da medicina, e as instituições que oferecem essa modalidade de ensino estão inscritas na Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), órgão responsável por regular, supervisionar e avaliar os programas oferecidos no país.
A carreira de medicina começa com uma formação de seis anos na graduação, divididos em três períodos: dois anos básicos, dois anos clínicos e dois anos de internatos. São anos desafiadores, que requerem muita dedicação, foco e determinação.
Ao final dessa jornada, o graduado já pode atuar como clínico geral, com registro no Conselho Regional de Medicina. Mas, para se tornar especialista em alguma área da medicina, é preciso ir além nos estudos e prestar um concurso para residência médica, modalidade de ensino de pós-graduação considerada de excelência no país.
Tanto instituições de ensino quanto hospitais públicos e privados inscritos na CNRM podem formar especialistas médicos através de cursos de residência médica, e os aprovados recebem uma bolsa de estudos de R$ 3.700 em média, podendo atingir cifras maiores dependendo do estabelecimento e da região.
Quais são as melhores residências médicas do país?
Entre os principais cursos de residência médica no país, podemos citar:
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Conta com cinquenta e quatro programas atualmente, que podem ser cumpridos no Hospital Universitário, no Hospital das Clínicas ou inclusive em Unidades Básicas de Saúde. A duração dos programas varia de um a cinco anos, com carga horária anual de 2.880 horas, ou 60 horas semanais, incluindo 24 horas semanais de plantão.
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas
A Unicamp está entre as melhores instituições de ensino do país e sua Faculdade de Ciências Médicas oferece atualmente quarenta e sete programas de residência médica, com carga horária de 60 horas semanais, com estágio e plantão no Hospital de Clínicas vinculada à própria instituição.
Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo
A Unifesp foi uma das instituições pioneiras ao implantar programas de residência médica no Brasil e possui um hospital próprio de ensino na capital paulista, onde os residentes podem fazer o internato e prestar plantão. São oferecidos noventa e oito programas diferentes para cerca de seiscentos e cinquenta médicos residentes, com carga horária semanal de 60 horas, das quais 24 horas deverão ser dedicadas ao plantão.
