No atual cenário do futebol sul-americano, pode-se dizer que os brasileiros entram como favoritos nos torneios em detrimento às equipes estrangeiras.
Não há nenhum exagero nisso, afinal, as equipes tupiniquins venceram a Libertadores nas últimas quatro edições – sendo que um clube estrangeiro não chega na final desde 2019.
Mas um recorte tão curto perante a longeva história da Copa Libertadores não é uma escolha inteligente quando o assunto é Boca Juniors e River Plate.
Apesar de não viverem seus melhores dias e não terem o poderio financeiro dos brasileiros, descartar a dupla de gigantes argentinos seria um erro crasso. Aliás, ambas equipes já aparecem entre as mais bem cotadas por casas de apostas para vencer a competição esse ano.
Com jovens, Boca pode reencontrar o sucesso continental
O hexacampeão Boca Juniors não vence o principal torneio sul-americano de clubes desde 2007, quando conquistou seu quarto título em um espaço de oito temporadas.
Naquela época, os xeneizes contavam com um elenco de gala, que tinha por exemplo o meia Juan Román Riquelme, atualmente vice-presidente do clube de Buenos Aires.
Porém, as estrelas individuais ficaram na história do clube. Atualmente, nenhum jogador do elenco conta com esse status.
Em meio a conhecidos veteranos como o goleiro Sergio Romero, o defensor Marcos Rojo e o atacante Dario Benedetto, destacam-se alguns jogadores mais jovens.
É o caso de Alan Varela, meio-campista de 21 anos. Volante moderno, que joga como um ‘5’ mas tem bastante qualidade técnica.
Está na lista de alguns clubes europeus. Outro jovem meio-campista de destaque é Ezequiel Fernández (20), que fez boa temporada em 2022 emprestado ao Tigre.
Mais avançado, também com 20 anos, o ponta Luca Langoni se destacou na campanha do título argentino no passado, fazendo importantes gols na reta final.
Outro ponta habilidoso é Exequiel Zeballos (20), que acumulou seis titularidades na edição passada da Libertadores. A infelicidade fica por conta das lesões que ele convive desde agosto, quando sofreu duríssima entrada pelo torneio local.
Novo técnico, caldeirão reforçado e elenco renovado: River quer a Libertadores
Em oito edições de Libertadores disputadas durante o período em que Marcelo Gallardo foi o treinador do clube, o River Plate chegou até a semifinal cinco vezes.
Finalista três vezes, venceu o torneio em 2015 e 2018. Após mais de oito anos no cargo, o multicampeão Gallardo deixou o River em dezembro. Para iniciar um novo ciclo, os Millonarios escolheram Martín Demichelis como sucessor.
O ex-zagueiro, vice-campeão do mundo em 2014, havia trabalhado nas categorias inferiores do Bayern de Munique, onde atuou por oito anos.
Aos 42 anos, tem pela frente a árdua tarefa de suceder aquele que talvez seja o maior treinador da história do clube.
Em termos de elenco, nomes importantes durante a ‘Era Gallardo’ seguem.
É o caso do goleiro campeão mundial Franco Armani, que está em sua sexta temporada no clube.
Outros notáveis são Milton Casco, Jonathan Maidana e Enzo Pérez. Além deles, o meia Nacho Fernández, que retornou ao clube após passar dois anos no Atlético-MG.
Outro reforço de peso foi o atacante Salomón Rondón, de 33 anos, maior artilheiro da história da seleção venezuelana e que conta com experiência europeia – se destacou, sobretudo, pelo West Bromwich entre 2015-18.
Porém, o maior reforço do River Plate é a expansão do Monumental de Núñez, que agora, após as reformas, conta com capacidade para cerca de 85 mil pessoas.
Agora dono do posto de maior estádio da América do Sul, o Monumental vai pulsar em noites de Copa.