Um passeio pela evolução das cores no cinema, desde as primeiras tintas manuais até o Technicolor e as câmeras modernas — quando os filmes começaram a ser coloridos.

Quando os filmes começaram a ser coloridos a pergunta parece simples, mas a resposta passa por várias invenções e muitos testes ao longo de décadas.

Se você gosta de cinema, talvez já tenha visto um filme antigo em preto e branco e se perguntado como a cor foi incorporada à sétima arte.

Neste artigo eu explico, de forma clara, como as cores surgiram nos filmes, quais foram os marcos técnicos e como isso mudou a narrativa cinematográfica.

Como os primeiros filmes ganharam cor

Antes de existirem filmes naturalmente coloridos, os cineastas usavam métodos manuais para adicionar cor às imagens.

Um dos métodos mais antigos foi a coloração à mão, onde operárias pintavam quadro a quadro com tintas transparentes.

Outra técnica comum era a tintura, que não pintava objetos individuais, mas tingia toda a película em tons como azul para cenas noturnas ou vermelho para fogo.

Técnicas iniciais: coloração e tintura

A coloração manual era demorada e cara, mas gerava resultados impressionantes em curtas e filmes experimentais.

Já a tintura permitiu efeitos atmosféricos simples e foi amplamente usada em filmes mudos.

Kinemacolor e os primeiros sistemas mecânicos

No começo do século 20 surgiram sistemas mecânicos, como o Kinemacolor (1906), que tentava reproduzir cor com filtros e duas exposições.

Esses métodos foram avanços importantes, mas ainda tinham limitações de fidelidade e estabilidade de cor.

Linha do tempo: marcos principais

  1. Coloração à mão: final do século 19 — artistas pintavam cada frame manualmente.
  2. Tintura de película: anos 1900 — tonalidades aplicadas à película para criar atmosferas.
  3. Kinemacolor: 1906 — primeiro sistema comercial que tentou reproduzir cor com filtros.
  4. Technicolor de duas cores: anos 1910-1920 — combinação de vermelho e verde para filmes mais naturais.
  5. Technicolor de três tiras: 1932-1935 — processo que trouxe cores vivas e duradouras ao cinema, consagrado por filmes como “The Wizard of Oz”.
  6. Eastmancolor e cor negativa única: anos 1950 — tornou a produção colorida mais barata e acessível.
  7. Color grading digital: fim do século 20 em diante — ferramentas digitais permitem controle preciso das cores na pós-produção.

O salto técnico: como o Technicolor mudou tudo

O processo three-strip Technicolor foi um divisor de águas. Ele usava três negativos, cada um capturando uma faixa do espectro de cor.

Com isso foi possível reproduzir cores mais fiéis e saturadas do que nunca.

Filmes dos anos 1930 e 1940 começaram a usar a cor como elemento narrativo, não apenas como atração técnica.

Da química ao digital: evolução das cores

Depois do auge do Technicolor, a indústria buscou processos mais baratos.

A chegada do Eastmancolor na década de 1950 permitiu que estúdios menores também fizessem filmes coloridos.

Mais tarde, a transição para o vídeo e, finalmente, para o desenho e correção de cor digital, completou o ciclo.

O papel do laboratório e da pós-produção

Mesmo hoje, muitos filmes são gravados com sensores digitais e têm a cor final definida na pós-produção.

O color grading digital permite ajustar tons, contraste e atmosfera com grande precisão.

Por que a cor transformou a narrativa cinematográfica

A cor trouxe novas ferramentas para contar histórias. Ela pode indicar humor, separar espaços temporais e destacar símbolos visuais.

Um exemplo clássico é o uso da cor para marcar transição de mundos, como em certos momentos de “The Wizard of Oz”.

Diretores e diretores de fotografia passaram a usar paletas específicas para reforçar temas e emoções.

Como assistir e comparar filmes coloridos de diferentes épocas

Se você quer entender a evolução das cores assistindo filmes, preste atenção aos seguintes pontos:

  1. Formato de gravação: verifique se o filme foi gravado em negativo colorido, Technicolor ou digital.
  2. Restauração: cópias restauradas podem ter cores ajustadas para se aproximarem do original.
  3. Fonte de reprodução: diferentes plataformas exibem cores de forma distinta.

Para comparar a reprodução de cor entre serviços, você pode fazer um teste e usar teste IPTV para avaliar a fidelidade de transmissão.

Dicas práticas para apreciar filmes coloridos antigos

Procure versões restauradas em Blu-ray ou serviços que ofereçam cópias remasterizadas.

Use fones ou uma sala com iluminação controlada para não alterar sua percepção das cores.

Compare a versão colorida com a preta e branca quando houver ambas, para sentir o impacto da cor na narrativa.

Exemplos fáceis para começar

Se quiser ver marcos históricos, comece por estes títulos:

  1. The Wizard of Oz (1939): transições e uso simbólico da cor.
  2. Gone with the Wind (1939): exemplo de Technicolor em grandes produções.
  3. Filmes mudos coloridos: curtas e compilações que mostram tintura e coloração manual.

Hoje, a cor é parte integrante da linguagem cinematográfica. A evolução que começou com pinturas à mão culminou em ferramentas digitais que oferecem controle total.

Agora que você sabe quando os filmes começaram a ser coloridos e como essa transição ocorreu, escolha um filme antigo, compare versões e perceba como a cor transforma a história.

Formado em Publicidade e Propaganda pela UFG, Nathan começou sua carreira como design freelancer e depois entrou em uma agência em Goiânia. Foi designer gráfico e um dos pensadores no uso de drones em filmagens no estado de Goiás. Hoje em dia, se dedica a dar consultorias para empresas que querem fortalecer seu marketing.