O Dia de Finados e a Reflexão Sobre a Morte

No início de novembro, celebramos o Dia de Finados, um momento especial para honrar aqueles que já se foram. Muitos visitam os túmulos de seus entes queridos ou fazem orações, relembrando com carinho suas memórias. Para alguns, esse dia traz tristeza, pois a ausência deixa uma dor profunda. Mas, na verdade, quem pode estar “finado” somos nós.

O Tabu da Morte

A morte é um assunto difícil de lidar, especialmente no ocidente, onde o tema é cercado de tabus. Evitamos falar sobre morte e usamos eufemismos como “faleceu” ou “partiu”. Essa relutância reflete um medo profundo, quase como se pronunciar a palavra “morte” pudesse atraí-la.

No entanto, precisamos entender que somos nós que estamos distantes dos que partiram. A morte é vista por muitos como o fim, mas e se considerássemos que, na verdade, é apenas um retorno para um lugar de paz e liberdade?

A Verdade Sobre a Morte

Se pensarmos com calma, quem realmente está “morto”? Ao considerarmos a morte como uma separação do nosso convívio, percebemos que a ausência de um ser querido pode deixar um vazio enorme. Os laços que criamos e os momentos compartilhados geram saudade, que pode ser sentida por muito tempo. Apesar de todas as promessas de vida eterna que diversas religiões fazem, a fé muitas vezes não nos alivia completamente da dor da perda.

Como disse um pensador, a verdadeira dor está na crença de que perdemos alguém. Algumas culturas encaram a morte de forma diferente, celebrando-a como um retorno e uma libertação. Se pensarmos que somos, na essência, espíritos, percebemos que nossa verdadeira casa e origem estão em outra dimensão.

Somos Nós que Estamos Distantes

É importante refletir sobre o conceito de morte como um retorno. O que consideramos “morrer” é, na verdade, um processo de libertação dos laços físicos. Aqueles que partiram estão, de certa forma, mais próximos de sua verdadeira essência do que nós, que estamos presos à experiência material. Na realidade, somos nós que estamos distantes, desconectados da espiritualidade.

Portanto, podemos afirmar que a verdadeira separação acontece quando nos afastamos das nossas origens. Essa compreensão pode nos confortar em momentos de dor e ajudar a amenizar a saudade.

A Morte Não é o Fim

Devemos entender que a morte não representa ao fim, mas uma transformação. Assim como uma viagem pode nos afastar temporariamente de quem amamos, a morte representa uma mudança de dimensão. Embora não possamos vê-los, a conexão espiritual persiste, e a comunicação pode ser restabelecida no futuro.

Como algumas previsões sugerem, podemos alcançar uma tecnologia que permita a comunicação entre dimensões. Isso nos leva a repensar a morte e a saudade, tornando o Dia de Finados um momento de celebração amorosa.

O Lado Sombrio da Eternidade

A ideia de viver eternamente na Terra pode parecer atraente, mas seria bastante desalentadora. A finitude é o que dá valor ao tempo que temos aqui. A história da Sibila de Cumas, da mitologia grega, ilustra bem essa ideia. A personagem pediu vida eterna, mas esqueceu de solicitar também a eterna juventude. Aos poucos, ela se tornou prisioneira de seu próprio desejo, desejando apenas a liberdade da morte.

Portanto, a morte faz parte do ciclo natural da vida. Sem ela, não haveria sentido em nossas experiências e relacionamentos. Uma vida eterna no mundo material, onde as pessoas partem e ficam deixando saudade, seria um fardo insuportável.

Uma Nova Perspectiva: Viver Para Celebrar

Para mudar nossa visão sobre a morte, a animação “Coco”, ou “A Vida é uma Festa”, oferece uma bela representação. O filme conta a história de Miguel, um jovem que, ao adentrar no Mundo dos Mortos, aprende sobre o valor da memória e da celebração da vida.

A história é envolvida em emoções e destaca a importância das festividades para honrar aqueles que se foram. A narrativa toca em temas de amor, lembrança e conexão familiar, proporcionando uma nova perspectiva sobre o Dia de Finados. Ao assistir, muitos podem encontrar conforto e alegria, ao invés de tristeza.

Conclusão

O Dia de Finados não precisa ser um momento de pura tristeza. Ao invés disso, podemos transformá-lo em uma celebração da vida e da memória. Para aqueles que se foram, a verdadeira felicidade talvez esteja na liberdade espiritual. E para nós, que permanecemos, olhar além da dor nos permite celebrar a vida e a conexão que compartilhamos.

Portanto, ao lembrar dos que partiram, faça isso com amor e alegria. A vida é uma festa e, mesmo diante da morte, podemos encontrar razões para celebrar. Isso não só eterna as memórias, mas também nos traz mais paz e compreensão sobre o ciclo da vida.

Formado em Publicidade e Propaganda pela UFG, Nathan começou sua carreira como design freelancer e depois entrou em uma agência em Goiânia. Foi designer gráfico e um dos pensadores no uso de drones em filmagens no estado de Goiás. Hoje em dia, se dedica a dar consultorias para empresas que querem fortalecer seu marketing.