Se você está pensando em abrir uma franquia, provavelmente já se deparou com dezenas de decisões importantes: escolher o setor certo, analisar a rentabilidade, entender o suporte oferecido pela franqueadora.

Mas tem um ponto que, por mais que seja pouco comentado no início da jornada, pode fazer toda a diferença lá na frente: o Imposto de Renda.

Sim, ele está presente desde os primeiros passos — e não dá pra ignorar. 

Entender como funciona a tributação sobre o lucro da sua empresa, quais os regimes possíveis e como se organizar desde o início é o que separa uma gestão tranquila de uma dor de cabeça fiscal lá na frente.

Neste texto, vamos conversar sobre o que você, futuro franqueado, precisa considerar quando o assunto é Imposto de Renda. 

Vamos passar pelos principais pontos fiscais, dar dicas para se organizar e mostrar como evitar armadilhas comuns nessa fase de abertura.

Começando pelo básico: como o Imposto de Renda entra na gestão da sua franquia?

Ao abrir uma franquia, você cria uma empresa com CNPJ. 

Isso quer dizer que ela terá obrigações fiscais próprias, como pagamento de tributos, entrega de declarações e — claro — recolhimento do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), que incide sobre o lucro da empresa.

Mas tem mais um ponto importante: você, enquanto sócio ou administrador, também tem deveres como pessoa física. 

Isso significa que será preciso declarar o que recebe da empresa, como o pró-labore (remuneração pelo seu trabalho) e a distribuição de lucros (parte do lucro da empresa que vai para os sócios).

Por isso, abrir uma franquia envolve duas frentes: o IR da empresa e o seu IR pessoal. E manter as duas bem organizadas é essencial para evitar inconsistências ou até malha fina.

Com o apoio de uma gestão financeira, essa separação fica mais clara, os dados são automatizados e você ganha tempo e segurança no dia a dia.

O papel do CNPJ no planejamento fiscal da franquia

O CNPJ é o registro oficial da sua empresa — e a base de todas as obrigações fiscais que virão com ela. 

A cada mês, sua empresa precisará apurar impostos, gerar documentos e cumprir prazos.

É aí que entra o planejamento tributário: um bom controle sobre o que entra e sai da empresa, combinado com a escolha certa do regime de tributação, pode impactar diretamente no quanto sua franquia vai pagar de imposto.

E tem mais: acompanhar a saúde fiscal do CNPJ é uma prática importante para evitar surpresas. 

Você pode, por exemplo, monitorar o CNPJ para acompanhar possíveis pendências, alterações cadastrais ou restrições que possam surgir com o tempo.

Essa prática ajuda a manter tudo em dia com a Receita Federal, reduz riscos e fortalece a imagem da sua empresa no mercado.

Como funciona o Imposto de Renda para franquias?

Tudo vai depender do regime tributário adotado pela sua empresa. Existem três principais opções no Brasil:

  • Simples Nacional: reúne todos os tributos em uma única guia (o DAS). O IRPJ está incluído ali, com alíquotas reduzidas para empresas de pequeno porte. É o regime mais adotado por franqueados iniciantes;
  • Lucro Presumido: usado por empresas com faturamento maior. O IRPJ é calculado com base em uma presunção de lucro, não no lucro real obtido;
  • Lucro Real: mais complexo, é voltado para empresas com receita mais alta ou que atuam em setores específicos. Aqui, o IR é apurado com base no lucro contábil real, e o controle fiscal deve ser rigoroso.

Se sua franquia estiver no Simples, o recolhimento do IR é mais automatizado. 

Mas isso não significa que você não deva acompanhar de perto — o valor pago, a faixa de faturamento, possíveis alterações na atividade… tudo isso pode impactar.

Já nos regimes de Lucro Presumido ou Real, o IRPJ precisa ser calculado e pago separadamente, com mais atenção à contabilidade.

E o Imposto de Renda como pessoa física?

Mesmo com o CNPJ resolvido, você continua precisando declarar seus rendimentos no IR como pessoa física. 

Isso inclui:

  • Pró-labore: que é tributado como salário;
  • Distribuição de lucros: que, se estiver de acordo com a contabilidade da empresa, pode ser isenta;
  • Outros rendimentos pessoais: como aplicações financeiras, aluguel ou venda de bens.

É fundamental que as informações entre pessoa física e jurídica estejam alinhadas.

Erros de cruzamento entre as duas declarações são uma das principais causas de retenção na malha fina.

Quais despesas da franquia impactam o IR?

Sua franquia terá diversos custos: aluguel, folha de pagamento, taxas de franquia, royalties, investimento em marketing.

Tudo isso precisa ser documentado e categorizado corretamente.

Algumas dessas despesas podem ser deduzidas da base de cálculo do IR, dependendo do regime tributário escolhido. 

Por isso, manter os registros organizados é parte essencial da gestão fiscal.

Desde o café da equipe até contratos com fornecedores, tudo deve ser registrado. 

E quando falamos de personalização e imagem da loja, até ações como emolduramentos, presentes ou ambientações contam — e podem, inclusive, vir da própria franqueadora, como ocorre com redes como a franquia de molduras.

Se você pretende abrir uma franquia, considerar o Imposto de Renda desde o início não é só recomendado — é essencial.

Do lado da empresa, é preciso entender bem qual regime tributário será mais vantajoso e manter o CNPJ em dia. 

Do seu lado pessoal, é importante declarar corretamente o que recebe da franquia e manter as informações alinhadas com as da empresa.

Com o apoio de uma contabilidade eficiente, monitoramento fiscal e organização desde o primeiro mês, dá para manter tudo sob controle — e evitar dores de cabeça com a Receita.

No fim das contas, empreender com uma franquia pode ser um ótimo caminho. 

Mas os bons resultados não vêm só da operação: vêm também da gestão, do planejamento e, claro, da atenção com os detalhes fiscais.